Eu nunca tive muita sorte com meus pais. Minha mãe é uma mulher forte e inteligente, mas que sempre se dedicou inteiramente ao trabalho, deixando pouco tempo e energia para a vida familiar. Meu pai biológico, por sua vez, nunca levou muito a sério seu papel como figura paterna, sempre ausente e desinteressado em nossas atividades e conquistas. Minha infância e adolescência foram marcadas por um sentimento de abandono e solidão, e foi apenas quando meu padastro entrou em cena que eu finalmente encontrei um modelo de amor e respeito paterno.

Jorge é um homem incrível. Ele conheceu minha mãe quando eu tinha 12 anos, e mesmo nos primeiros encontros já pude sentir a diferença em relação a outros namorados que ela tinha tido. Para começar, ele nunca teve pressa em obrigar-se em minha vida ou forçar seu afeto. Ele se aproximou de mim de maneira calma e respeitosa, deixando a amizade florescer naturalmente. Ele é muito paciente e sempre me tratou como um indivíduo inteligente e independente. Ele nunca trouxe a autoridade com seu envolvimento em minha vida, mas sim uma grande sensação de afeto e amor.

No começo, eu admito que fiquei um pouco desconfiado, com medo de me apegar a um novo pai. Mas logo percebi que não precisava ter medo. Jorge não era uma cópia do meu pai biológico, e não estava lá para substituí-lo. Ele era um grande amigo que amava minha mãe e que se importava genuinamente comigo. Ele me levou para passear, me ensinou a jogar baralho, me apoiou em minhas aulas de teatro. Ele sempre incentivou minhas paixões e hobbies, me encorajando a ser eu mesmo.

À medida que o tempo passou, nosso relacionamento cresceu e se aprofundou. Eu nunca o chamei de pai formalmente, mas acredito que ele saiba o quanto ele significa para mim. Ele esteve presente em minha vida nos momentos mais importantes, desde a minha formatura até o meu primeiro emprego, mostrando um orgulho genuíno em minhas conquistas. Mas ele também esteve lá para os momentos difíceis, com um abraço apertado e palavras de encorajamento.

Acho fascinante a forma como uma pessoa pode entrar em sua vida e mudar toda sua visão de mundo. Meu padastro Jorge me mostrou que as figuras paternas não precisam ser exclusivas do pai biológico. Seja um padrasto, um tio, um avô ou qualquer outra figura paternal, o importante é que essa pessoa tenha amor e respeito ao indivíduo.

Acredito que nenhuma situação familiar é perfeita, mas a chegada de meu padastro em minha vida me ensinou que é possível superar diferenças e encontrar amor verdadeiro em lugares improváveis. Sou grato por sua amizade e presença em minha vida, e espero que outras pessoas possam encontrar figuras paternas tão incríveis quanto meu Jorge.